quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Comidinhas em Moscou



Só um final de semana não foi suficiente para experimentar a gastronomia russa. Já que tínhamos esse pouco tempo, quis ter a experiência de em todas as refeições provar algo típico de lá. O que deu para provar:
 
Blinis

São como panquecas feitas com fermento fresco, com os mais diversos recheios. Encontramos essa rede de restaurantes que vendia Blinis e estava uma delícia!

Borscht

É uma sopa bem típica russa, feita com beterraba, bacon e creme de leite. Não sou a maior fã de beterraba e não achei que iria gostar da sopa, mas ela estava uma delícia! Super bem temperada. Com certeza repetiria a dose.

Blinis ao fundo e Borscht :9

Strogonoff

Era o que eu mais queria experimentar na Rússia. O strogonoff é uma comida que eu normalmente gosto muito tava doida para provar o original mesmo. É um pouco diferente do que estamos acostumados a comer no Brasil. Lá, eles não usam ketchup nem mostarda, mas muito creme de leite. Aliás, eles usam bastante creme de leite nas comidas. E estava uma delícia!




Pelmeni

Comemos Pelmeni assim que cheguei de viagem. É uma massa recheada (pode ser com carne de porco, champignons - eles também comem muito champignons!). A diferença é que essa massa não vem acompanhada de nenhum molho. Tem só uns temperinhos verdes por cima e ao lado um potinho com creme de leite pra você ir molhando a massa. Também gostei, achei a massa bem leve e saborosa.




Churrasquinho Russo

Esse foi um achado! Quando estávamos lá no Izmailovsky Market fuçando umas bugigangas para comprar, sentimos no ar um cheiro delicioso de churrasco (tipo o brasileiro mesmo, sem cheiro de churrasco de salsichas!). O estômago ficou alerta na hora e decidimos seguir o cheiro e pra nossa agradável surpresa, encontramos esse monte de churrasqueiras:



Tem carne de porco, cordeiro, frango e até salmão! Decidimos dividir um prato só pra experimentar. Ele vem com um pão, cebola, pickles e tomates. E mais uma vez, tava muiiiito bom! 




Piroshki

Esse conhecemos no café da manhã! O Piroshki, além do nome bizarro, nada mais é que a nossa esfiha fechada. Um dia comemos com recheio de carne moída e outro dia, com recheio de champignons. Muuuito gostoso também!


E isso foi tudo que conseguimos comer nesse pouco tempo. Relativamente bastante :D

Bem fácil escolher o que comer...
 
 Uma coisa que ajudou muito foi pesquisar as comidas antes, buscar o nome em cirílico e escrever num papelzinho. Quando íamos em algum lugar, procurávamos pelo nome no menu ou apontávamos pro garçom / atendente o que gostaríamos de comer. A comida como um todo sabíamos o que era, mas entre recheios e molhos, nos deixamos surpreender. Deu bem certo e foi uma experiência muito boa!  

domingo, 15 de dezembro de 2013

Moscou em um dia e meio


O que conseguimos ver em um dia e meio em Moscou:

Teatro Bolshoi

A primeira coisa que vimos ao sairmos do metrô. É um dos, senão o teatro que tem o balé mais famoso do mundo. Como o tempo era curto e li que deve-se reservar com antecedência e também o preço é bem salgadinho (algo em torno de uns 200 Euros), olhamos só por fora mesmo...


Praça Vermelha

Acho que a Praça Vermelha é o nome mais conhecido quando se fala em Moscou.O nome da praça não vem da cor dos tijolos das construções e nem da associação do vermelho ao comunismo. A palavra russa krasnaya significa, na verdade tanto vermelho, quanto bonito. Originalmente, foi usada no sentido de "bonito" por causa da Catedral São Basílio. Lá é o ponto zero da cidade. É lá que está o Kremlin, a famosa Catedral de São Basílio e o Mausoléu do Lênin. A praça é ENORME e claro, a primeira coisa que tira sua atenção de qualquer outra coisa é a São Basílio. 




  
Catedral de São Basílio

A São Basílio é uma catedral ortodoxa (principal religião russa). Sem dúvida uma das igrejas mais bonitas e diferentes que já vi. Olhar para ela e para suas cúpulas coloridas e cheias de detalhes é hipnotizante. Lembra um castelo de conto de fadas, lembra um monte de marshmallows... Na frente dela, turistas e mais turistas procuram o melhor ângulo da igreja - foi lá inclusive, que no sábado a noite a nossa câmera caiu no chão e quebrou :-(




 

Para acessar a igreja, paga-se algo em torno de 8 Euros. Diferente de outras igrejas, dentro dela não há um espaço onde se tem bancos e um altar. São vários mini corredores e várias mini capelas, com todas as paredes pintadas, inclusive o teto.


Diz a história que a catedral foi construída no reinado do czar Ivan, o terrível, entre 1555 - 1561, para comemorar a conquista da cidade de Kazan. Depois que a obra ficou pronta, ele mandou cegar o arquiteto idealizador, para que nunca mais pudesse construir algo tão magnífico.

  

 

Kremlin

O Kremlin, que em russo quer dizer fortaleza, foi e é o centro político da Rússia. Foi de lá que por exemplo, Aleksander I coordenou a expansão do território russo contra a Mongólia e o Japão; de lá que Ivan, o terrível massacrou milhares de pessoas para vingar a morte de sua esposa envenenada; foi de lá que Lênin e os bolshevikes comandaram a Revolução de 1917. Hoje o Kremlin serve ainda como sede do governo russo. Por isso ainda é muito bem vigiada pelos guardas. 





Lá dentro existem nada mais, nada menos do que seis catedrais. Todas no mesmo estilo, brancas, com as cúpulas douradas. Uma pena que o tempo estava fechado, mas com um céu azul, deve ser uma paisagem lindíssima!!! Assim como na São Basílio, as igrejas ortodoxas do Kremlin não possuem bancos e suas paredes / teto são todas pintadas. É um estilo de pintura bem diferente das igrejas que se vê na Itália por exemplo, que são mais realistas. Nessas igrejas, as pinturas são mais simples, mas de igual modo bonitas. Li que até o século 16 era proibido que os pobres aprendessem a ler e a única forma que eles tinham para aprender sobre religião era através das pinturas que contavam histórias da bíblia.  

  

  


Ainda dentro do Kremlin, está o Palácio do Arsenal. Em dois andares desse Palácio, é possível ver uma exibição de armas, armaduras, roupas, carruagens, mas principalmente jóias. Nunca vi tanta pedra preciosa, tanto ouro e tanta prata na vida! É absurdo a ornamentação das peças expostas lá e dá pra ter uma leve noção do que era a vidas desses czares Russos... É nesse Palácio também que estão os únicos 10 ovos Fabergé que ainda são de posse da Rússia. O primeiro ovo foi produzido por Peter Carl Fabergé e seus ourives a pedido dos czar Alexandre III, que queria presentear sua esposa na Páscoa. Externamente, o ovo aparentava ser simples, mas dentro de si havia uma surpresa. A família real se impressionou tanto com a obra, que Fabergé foi nomeado o fornecedor da corte e passou a fabricar, a pedido do czar, um ovo por ano, com a determinação de que ele fosse único e contivesse uma surpresa. Na época da Revolução, os outros 40 foram vendidos para reis e rainhas ao redor do mundo e hoje um ovo desse vale uma fortuna. Infelizmente, não era permitido tirar fotos dentro do Palácio do Arsenal. 

Shopping GUM

O shopping GUM, também situado na Praça Vermelha é um ótimo exemplo do contraste entre o socialismo e o capitalismo de hoje. Antigamente, esse shopping era um armazém de distribuição de alimentos e bens essenciais na época socialista. Hoje um shopping de luxo, com as mais variadas marcas de grife. Mesmo que não haja a intenção de comprar algo por lá, vale a pena entrar no shopping para apreciar a arquitetura. No geral, vimos muitas lojas vazias, não sou expert e não sei hoje como é distribuída a riqueza no país, mas tenho a impressão de ser um pouco parecido com o Brasil - poucos riquíssimos e grande parte na mesma faixa de renda.



 
Mausoléu do Lênin

É incrível como os rastros do socialismo ainda marcam uma presença tão forte lá. Estátuas, pinturas, entre outras coisas. E definitivamente, o Lênin é um dos personagens principais. Lá na Praça Vermelha, no seu Mausoléu, pode-se ver ainda hoje seu corpo embalsamado.
Para entrar no Mausoléu não se paga nada, mas é estritamente proibido entrar com bolsa, celular e equipamento fotográfico lá. Daí, se paga para deixar seus objetos num guarda volumes. Não pode entrar com touca, boné, chapéu e afins. A cada dois metros, um soldado bem mal encarado. Não pode ficar parado na frente do corpo dele para olhar, tem que ir passando sem parar.
Não é algo que eu diga que seja imperdível, mas o cara fez e faz tanto parte da história daquele lugar, que já que se está lá, vale a pena ir. Mas que o clima é bem pesado e os soldados dão um medinho, isso não nego!



Catedral Cristo Salvador

A catedral Cristo Salvador é considerada a catedral ortodoxa mais alta do mundo. Foi construída em 1812 para comemorar a derrota de Napoleão. Depois da Revolução Russa em 1931, os sovietes mandaram destruir a igreja para construir um monumento socialista com uma estátua de Lênin. Isso felizmente nunca ocorreu por falta de verba e depois por conta da Segunda Guerra. Uma parte de igreja que foi destruída foi reconstruída depois com dinheiro de doações dos próprios fiéis.

 

Eu já visitei muita igreja aqui na Europa, das mais variadas. Mas nenhuma me emocionou tanto como esta. Assim que adentramos a catedral, vimos que estava sendo realizado um culto / missa. Todos em pé, num canto da igreja. Enquanto o líder / padre fazia a liturgia cantando, numa voz de tenor, os fiéis também respondiam cantando, na maioria mulheres, com uma voz soprana. Não dava pra entender uma palavra sequer, mas essa cena e ver a fé deles lá dentro me emocionou muito. A Catedral é muito bonita, assim como as outras também pintadas e ornamentadas. Na cúpula mais alta, uma pintura de Deus governando o mundo e na cúpula ao seu lado direito, Cristo. Pena que fotos lá dentro eram proibidas...

Rua Arbat

A Rua Arbat é uma das ruas mais movimentadas e comerciais de Moscou. Passamos por lá somente a noite. É como um calçadão onde existem muitos restaurantes, bares, cafés e muitas lojas para turistas. Não vale a pena comprar qualquer lembrança ou souvenir lá, pois são bem mais caros. Pelas pequisas, acabei encontrando um lugar muito mais interessante para fazer isso...

Izmailovsky Market

O Izmailovsky é um mercado a céu aberto, que fica um pouco mais afastado de Moscou (a quem interessar, a estação mais próxima é a Partizanskaya). É interessante dar uma olhada antes no Google Maps, porque ele não fica assim tão perto da estação. E não vai adiantar perguntar pra ninguém na rua onde está o mercado, ninguém vai saber te responder (experiência própria!).

  

Para entrar nele, paga-se uma taxa simbólica de uns 20 cents de Rublos. Lá, você encontrará toda variedade de souvenirs que imaginar, desde as famosas Matrioshkas, até imitações dos ovos Fabergés e muitos objetos da época socialista e de guerra. Vale muito a experiência de conhecer esse lugar!



Aqui sim, vale a pena comprar qualquer coisa por um preço muito melhor que na Rua Arbat. E aqui, incrivelmente os vendedores falam inglês (ainda que sofrido) e alguns arriscam até um portunhol! Por isso, pechinche muito em qualquer coisa que for comprar. Eles baixam bem o preço. Compramos algumas Matrioshkas de lembranças lá.

 Metrôs de Moscou
 
Passado o desespero inicial de aprender a se virar subterraneamente em Moscou, os metrôs são uma atração a parte e definitivamente devem fazer parte do passeio!
Eles foram construídos com a ideologia socialista que entendia esse espaço como sendo o "palácio do povo" e foi a forma que Lênin e Stálin encontraram de levar "arte" para toda a população.



É a segunda rede metroviária mais funda do mundo, perdendo só para Tóquio. Para chegar nas plataformas, escadas rolantes enormes e intermináveis. É composta por mais de 180 estações! Os metrôs passam a cada dois minutos, e apesar dos vagões ainda serem bem antigos, da época da URSS, são extremamente eficientes e muito utilizados pelos moscovitas. Até no domingo estão sempre cheios. 

 

Estátuas, pinturas, mosaicos, vitrais. Isso e mais um pouco é o que você encontrará nas estações de Moscou, sempre contando um pouco da história e vida da época do socialismo. Algumas estações:

Komsomolskaya

  


Ele está em todo lugar!

Novoslobodskaya


 
Prospekt Mira



Mayaskovskaya

  




E foi isso que conseguimos ver em um dia e meio em Moscou. Horas e horas de andanças, dificuldades na comunicação, frio e até uma máquina quebrada. Tivemos a  impressão de estar num mundo completamente diferente e fechado. A Rússia, no pouco que conhecemos e na nossa percepção, consegue juntar um pouco de ocidente e oriente. Um país de história única, com uma cultura peculiar. O que restou foi a sensação de ter visto pouco perto do que esse país gigante tem a oferecer e a vontade de um dia voltar.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Chegando na Rússia



Há algum tempo atrás eu comentei que talvez pudesse rolar uma viagenzinha pra Rússia. O marido anda viajando que nem um louco desde agosto, acho que até o fim do ano ele terá ficado apenas umas quatro semanas aqui em Basel, uma loucura e correria. Uma das viagens que ele faria seria Moscou, por duas semanas. Pra mim tá sendo um pouco mais complicado organizar viagens assim, meio em cima da hora por causa do trabalho. Mas como sabia mais ou menos a data, pedi três dias de folga (foi o máximo que deu) e acabamos nos organizando para conhecer Moscou.

Depois que tudo tinha sido confirmado, fiquei super empolgada e logo comecei a pesquisar coisas sobre a cidade. E descobri que infelizmente um dia e meio não dá nem pro cheiro! Mas já que a oportunidade tava lá, demos um jeito né, afinal, não é sempre que surge uma oportunidade assim de conhecer a Rússia. Vai saber quando teríamos essa chance de novo?!

Viajei sozinha de Zurique pra Moscou, pra encontrar o marido que já estava lá há uma semana. Depois de muita leitura e pesquisa, me preparei o máximo que pude psicologicamente com todas as informações que havia lido - principalmente com o fato de que os russos não falam absolutamente nada de inglês e do alfabeto ser outro, o cirílico. Eu, achando que não seria tão complicado, imprimi uma tabelinha com o alfabeto em cirílico e romano. Com ela, achei que iria traduzir as palavras e entender alguma coisa. Hahaha... Missão impossível. Primeiro, que você demora um tempão para traduzir o círilico pro romano, e depois que, se você não entende russo, não adianta de nada. Com o tempo, dá pra ir fazendo associação com uma letra ou outra e até deduzir algumas palavras. Mas não as placas do metrô e muito menos um menu de restaurante....

Enfim, depois de um voo de três horas, cheguei no aeroporto de Sheremetyevo. Já na imigração, um tumulto básico que me lembrou Guarulhos e uma fila meio desorganizadinha de uns 20 minutos. No aeroporto, a única coisa traduzida para o inglês nas placas era o EXIT. Que alegria! Era pra lá mesmo que eu tinha que ir. Encontrei o marido, jantamos, organizamos o dia seguinte e então já era hora de descansar e se preparar para o que o próximo dia nos reservava!


No sábado, acordamos cedinho para conseguir aproveitar o máximo do único dia inteiro que teríamos em Moscou. Fomos dormir meio tarde, o fuso era de três horas a mais, e junto com a escuridão e frio de novembro, confesso que não foi fácil sair do quentinho da cama...

O hotel que estávamos era na região do aeroporto. De lá, tem um trem que vai para o centro de Moscou, chamado Aeroexpress. Esse mesmo trem existe também no aeroporto de Domodedovo, do outro lado da cidade. Dentro do aeroporto mesmo, existem máquinas que vendem os tickets e que felizmente também estão disponíveis em inglês. Algo como cerca de 8 Euros o bilhete, por uma viagem de 35 min. O trem (diferentes dos outros que vimos pela viagem) é super novo e bem conservado. Acredito que seja a melhor opção de se chegar até Moscou saindo dos aeroportos.


Aeroexpress
Chegando no centro de Moscou, a dificuldade começou.Tínhamos um mapinha do metrô nas mãos, mas não sabíamos onde estava a estação. E nessa altura, nem EXIT mais existia. Aí o perrengue começa. Ninguém falava inglês, mas um russo bem de-va-ga-rinho pra explicar onde era o metrô. Depois de algumas mímicas e tentativas frustradas de comunicação, achamos a estação, e de igual maneira, compramos bilhetes de metrô.

Máquinas para comprar bilhetes de metrô - fácil comprar (SQN!)

O jeito foi encarar a bilheteria...
Esse processo todo, de encontrar estação, comprar bilhete e entender a direção demorou uns 40 minutos.  Mas depois, com o mapinha na mão (escrito em cirílico e romano), conseguimos entender o sistema e andar de metrô não foi tão complicado assim. São basicamente números de linhas com cores e estações que se interligam. Tudo o que você tem que fazer é decorar as três primeiras letras do alfabeto deles. Não tente entender o alto falante. Descubra em que estação está e veja nas placas o sentido que quer ir (normalmente olhávamos a última estação da linha e procurávamos pelo nome da última estação na placa). Voz masculina no alto falante é metrô no sentido centro e voz feminina e sentido bairro (pode te ajudar, caso esteja completamente perdido!).


Rede de metrô de Moscou
Alguma estação que nem lembro mais o nome... Como lembrar??

 Já não tão perdidos, estávamos prontos para conhecer um pouco do que Moscou tinha pra nos mostrar... No próximo post!